Juntamente com o Batismo e a Confirmação, a Eucaristia faz parte dos sacramentos da iniciação cristã, sendo para o povo de Deus o alimento que caminha sob as luzes do Espírito. Prima pela atualização da morte-ressurreição-glorificação de Jesus Cristo, até que ele venha.
O Senhor nos convida insistentemente a recebê-lo no sacramento da Eucaristia: “Em verdade, em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos” (Jo 6,53).
Ao instituir a Eucaristia, Jesus tomou o pão, deu graças e disse: “Tomai e comei. Isto é o meu Corpo que é dado por vós.” (Mt 26,26; Mc 14,22; Lc 22,19; e 1Cor 11,24). A seguir, Jesus pega o cálice com vinho, abençoa e diz: “Tomai e bebei todos. Isto é o meu Sangue, o Sangue da Nova e eterna Aliança, derramado por vós e por todos os homens, para o perdão dos pecados” (Mt 26,27-28; Mc 14,24; Lc 22,20; e 1Cor 11,25).
No santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, o Cristo todo” (CIC,1374)
Bem sabemos que a comunhão eucarística tem por destinatários os pecadores, pois os santos, por estarem na plenitude da graça, não precisam comungar. No entanto, é preciso que haja o discernimento necessário para recebê-la ativa, consciente e frutuosamente.
Para hospedarmos Cristo na nossa alma, como deveremos preparar-nos? Já nos ocorreu pensar se só pudéssemos comungar uma vez na vida?
Para este momento tão grande e tão santo, deveremos: ser batizados, estar em estado de graça, em observância ao jejum, e ter feito um exame de consciência. Para este último, São Paulo orienta: “Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignadamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação” (1 Cor 11,27-29). Quem está consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes de receber a comunhão (cf. CIC,1385).
Diante da grandeza deste sacramento, o fiel só pode repetir humildemente e com fé ardente a palavra do Centurião: “Domine, non sum dignus ut intres sub tectum meum sed tantum dic verbo et sanabitur anima mea - Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo” (CIC,1386).
Priorizar a atitude corporal (gestos, roupas) - pois traduz respeito, solenidade e alegria por termos o Cristo como nosso hóspede (CIC,1387).
A Igreja recomenda vivamente aos fiéis que recebam a Santa Comunhão quando participam da celebração da Eucaristia; impõe-lhes a obrigação de comungar pelo menos uma vez por ano (CIC,1417).
Enfim, “para a plena participação na Eucaristia é preciso aproximar-se do altar para receber a comunhão; contudo é preciso estar atento para que essa afirmação, justa em si mesma, não induza os fiéis a um certo automatismo levando-os a pensar que, pelo simples fato de se encontrar na Igreja durante a liturgia, se tenha o direito ou mesmo – quem sabe - se sinta no dever de aproximar-se da mesa eucarística” (cf.SCa 190).
por Carlos José Mendes de Araújo.
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