Danielle Santos
Comunidade Renascidos em Pentecostes
“A música sacra e o canto litúrgico têm o dever de nos oferecer o sentido da glória de Deus (...)", diz o Papa
Neste sábado, 04 de março, o Papa Francisco encontrou-se com um grupo de, aproximadamente, 400 participantes do congresso “Música e Igreja: culto e cultura, há 50 anos da Musicam sacram”, que tem por objetivo promover o diálogo e a reflexão sobre a música sacra e seus aspectos culturais e artísticos. Realizado no Vaticano, o encontro visa aprofundar, do ponto de vista interdisciplinar e ecumênico, a relação atual entre a música sacra e a cultura contemporânea.
Em discurso, o Papa citou as premissas instrutivas contidas no primeiro documento elaborado pelo Concílio Vaticano II, a Constituição sobre a liturgia Sacrosanctum Concilium, que diz: “A ação litúrgica tem uma forma mais nobre se celebrada em canto e com a participação dos fiéis”.
Faz-se importante ressaltar que o documento traz, em sua essência, a importância da “teofania”, termo utilizado para descrever alguma manifestação visível de Deus, ao seu povo, na forma que Ele quiser. Como tal, somos chamados a participar, de maneira ativa e consciente, do processo de salvação, na Eucaristia. “A participação ativa e consciente consiste em saber penetrar profundamente neste mistério, em saber contemplar, adorar e acolher; em sentir o seu significado, graças especialmente ao religioso silêncio e à ‘musicalidade da linguagem com que o Senhor nos fala’".
Para o Papa, o grande desafio da Igreja, neste campo, é salvaguardar e valorizar o patrimônio herdado do passado utilizando-o com equilíbrio no presente e evitando o risco de uma visão ‘nostálgica ou arqueológica’.
O documento ainda comunica que “A música sacra e o canto litúrgico devem ser plenamente inculturados nas linguagens artísticas e musicais da atualidade, encarnando e traduzindo a Palavra de Deus em cantos, sons e harmonias que façam vibrar o coração de nossos contemporâneos, criando um oportuno clima emotivo, que disponha à fé e suscite o acolhimento e a plena participação no mistério que se celebra”.
Francisco ainda chama atenção para uma certa mediocridade, superficialidade e banalidade em detrimento da beleza e da intensidade das celebrações, devido ao encontro com a modernidade e a introdução das línguas faladas na Liturgia. Segundo o pontífice, uma adequada formação musical dos músicos, coristas e, inclusive dos sacerdotes, promoveria uma equilibrada renovação, levando em consideração uma maior concordância entre as atuais propostas musicais e a ação ecumênica.
O Papa Francisco finalizou o encontro, afirmando que “a música sacra e o canto litúrgico têm o dever de nos oferecer o sentido da glória de Deus, de sua beleza e de sua santidade que nos envolve como uma ‘nuvem luminosa’”.
Fonte: radiovaticana.va
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