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Foto do escritorRenascidos em Pentecostes

O desafio de amar a si mesmo


“Sede bendito por me haverdes feito de modo tão maravilhoso.

Pelas vossas obras tão extraordinárias, conheceis até o fundo a minha alma”. (Sl 138,14)

 

O primeiro mandamento da lei divina define que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo.

A primeira parte da invocação representa o maior desafio na vida do cristão. Mas, por muitas vezes, não nos atentamos ao restante. Que devemos render graças e louvores a Deus e de que Ele deve ser o centro de nossa existência, todos nós temos consciência. Porém, será que já paramos para refletir o sentido do complemento desse pedido do Senhor? “Devemos amar ao próximo como a si mesmo”!

Pois bem! Daqui, partimos do pressuposto de que se somos filhos eleitos e tão amados pelo Criador, amar a Sua obra, ou seja, respeitar e dar o devido valor a nossa vida é, também, uma forma de louvor, adoração e gratidão a Ele. Só reconhecendo nossas verdadeiras capacidades, conseguiremos reconhecer, no outro, o dom de Deus.

O padre Fábio de Melo, em seu livro “Quem me roubou de mim”, diz a seguinte frase: “Ser pessoa é, antes de qualquer coisa, ser uma palavra, para depois ser frase. Nisso consistem os dois pilares do conceito de pessoa: possuir-se para disponibilizar-se”. Esse pensamento muito me fez refletir. Ele transmite, com beleza e poesia, a mais pura realidade humana. Quem não se domina ou conhece seus próprios limites, jamais poderá explorar ou compartilhar as máximas do que o outro pode nos oferecer.

Amar a si mesmo é também oferecer um louvor a Deus e dar a Ele o reconhecimento necessário pela perfeição de sua obra e de que somos Sua imagem e semelhança. Tudo podemos Naquele que nos dá força e coragem. E, na batalha da vida, já possuímos vitória certa, pois estamos com Jesus, o Vencedor e Aquele que nos faz vencer.

Dar amor a nós mesmos é, verdadeiramente, um grande desafio; amar a si mesmo é tarefa que requer maturidade, evolução. E não pense que é prova de egoísmo; não é. É a certeza de que você será sempre amor, terá sempre amor disponível, pois quem ama a si, amará a todos.

Sendo assim, passe a se olhar como o ser mais importante desse mundo, pois o Senhor te desenhou e planejou uma vida de vitórias para você. Pense na administração da sua trajetória como a de um bem precioso, que precisa de zelo, proteção e alimento. Cuide-se, prepare-se, penteie-se, enfeite-se como se Deus e Sua criação contemplassem a mais bela paisagem. Proteja suas emoções, pensamentos e sonhos, de todas as tentativas de ataques que possam miná-los. Por fim, alimente o seu dia de sorrisos, de oração, de sacramentos, de abraços e beijos, para que suas reservas de alegria e esperança jamais se acabem.

Ama-se, meu irmão, minha irmã! Na estrada dessa missão que é viver, só podemos ser bons companheiros quando sentimo-nos satisfeitos e realizados na nossa própria companhia. A primeira relação que deve ser perfeita em seu arcabouço emocional é entre você e Jesus, depois, entre você e o que faz ser você.

Peçamos, assim, ao Espírito Santo que seja nosso guia nesse desafio. Que Ele nos cumule com os dons do discernimento e da sabedoria, nos infunda o mais íntimo de Sua unção. Então, renovados por uma nova efusão, amemo-nos com dedicação, responsabilidade e liberdade emocional, para cumprirmos, com perfeição ou com o máximo da luta por ela, a linda missão que nos foi confiada: viver e amar!!! Eis o nosso desafio!

Referências bibliográficas:

MELO, Padre Fábio de. Quem me roubou de mim. Ed. Atualizada e ampliada. Planeta, 2017.

Danielle Santos

Comunidade Renascidos em Pentecostes

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